Fichamento: Filosofia ocidental e filosofia oriental. *Estudos das Conexões entre as correntes de pensamento filosófico do ocidente e oriente.

Filosofia OcidentalFilosofia OrientalCorrelações/Convergências
PlatonismoVedanta AdvaitaRealidade última como transcendental e imutável
AristotelismoBudismoÊnfase na busca pela virtude e autoaperfeiçoamento
EstoicismoTaoismoAceitação do fluxo da vida e busca pela harmonia
EpicurismoZen BudismoÊnfase na busca pelo contentamento e serenidade
EscolásticaConfucionismoÊnfase na busca pelo conhecimento e virtudes
EmpirismoNyayaConhecimento baseado na experiência e na observação
RacionalismoSamkhyaBusca pela verdade através do raciocínio lógico
ExistencialismoZen BudismoÊnfase na existência individual e na experiência direta
PragmatismoZhuangziÊnfase na prática e na utilidade como critério de verdade
FenomenologiaYogacaraÊnfase na consciência e na experiência subjetiva
PositivismoJaponismoValorização da ciência e do método empírico
Filosofia analíticaMadhyamakaAnálise lógica e desconstrução de conceitos
CeticismoNagarjunaQuestionamento das certezas e natureza ilusória da realidade
IdealismoAdvaita VedantaRealidade como uma única consciência subjacente
Empirismo radicalZen BudismoÊnfase na experiência direta e na natureza impermanente
UtilitarismoMohismÊnfase no bem-estar geral e no altruísmo
HumanismoNeoconfucionismoÊnfase na dignidade e nos direitos humanos
MaterialismoMaterialismo budistaÊnfase na natureza material e na impermanência
Existencialismo cristãoPure Land BuddhismBusca pelo significado e salvação através da fé
FeminismoFeminismo budistaÊnfase na igualdade de gênero e na superação do sofrimento
EscepticismoZen BudismoQuestionamento das crenças e busca pela iluminação
TeísmoVaisheshikaCrença em um ser supremo e análise das categorias
Empirismo lógicoYogacara-MadhyamakaIntegração da análise lógica e da experiência subjetiva
NeoplatonismoTiantaiHierarquia espiritual e busca pela iluminação
Filosofia da menteVijnanavadaInvestigação da natureza da mente e da consciência
NaturalismoZen BudismoReconhecimento da interconexão entre humanos e natureza
RealismoHua-yenInterdependência e interconexão de todos os fenômenos
HedonismoJodo ShinshuBusca pelo bem-estar e pela salvação através da fé
Filosofia políticaLegalismoÊnfase na autoridade e no controle social
TranscendentalismoZen BudismoÊnfase na intuição e na conexão com a realidade transcendental
Pré-SocráticosVedanta DvaitaExploração da natureza última da realidade e dualidade
Filosofia da linguagemMīmāṃsāAnálise da natureza da linguagem e da interpretação
Teoria críticaZen BudismoCrítica da sociedade e busca por uma transformação radical
Positivismo lógicoYogacara-MadhyamakaIntegração da análise lógica e da experiência subjetiva
Existencialismo fenomenológicoZen BudismoÊnfase na experiência direta e na busca pelo sentido da vida
Filosofia da ciênciaZen BudismoReflexão sobre a natureza e os limites do conhecimento científico
NeoaristotelismoZen BudismoIntegração de virtudes e busca pela sabedoria
NihilismoZen BudismoQuestionamento da existência e busca pela verdade última
EcletismoZen BudismoAdoção de ideias de diferentes correntes filosóficas
AnarquismoZen BudismoÊnfase na liberdade individual e na rejeição das estruturas
  1. Platonismo – Vedanta Advaita: Tanto o platonismo ocidental quanto a filosofia Vedanta Advaita oriental compartilham a visão de uma realidade última transcendental e imutável por trás das aparências fenomênicas. Ambas as correntes filosóficas defendem que essa realidade é atemporal, eterna e a fonte de todas as manifestações fenomênicas. Essa conexão se baseia nas obras de Platão, como a “Teoria das Ideias” em “A República”, e nos textos vedânticos, como os Upanishads e as obras de Shankara.
  2. Aristotelismo – Budismo: O aristotelismo ocidental e o budismo oriental convergem em sua ênfase na busca pela virtude e pelo autoaperfeiçoamento. Aristóteles defendia que a busca pela excelência e a realização do potencial humano levam à eudaimonia, uma vida plena e realizada. De maneira similar, o budismo enfatiza a busca pela iluminação e a superação do sofrimento por meio do caminho óctuplo, que inclui a prática da ética, da meditação e do desenvolvimento da sabedoria. Essa correlação pode ser encontrada nas obras de Aristóteles, como a “Ética a Nicômaco”, e nos ensinamentos do Buda, como o “Nobre Caminho Óctuplo”.
  3. Estoicismo – Taoismo: O estoicismo ocidental e o taoismo oriental compartilham a ideia de aceitar o fluxo natural da vida e buscar a harmonia para alcançar a tranquilidade e a sabedoria. Os estoicos defendiam viver de acordo com a natureza e aceitar os eventos externos como inevitáveis, focando no controle de suas próprias atitudes e emoções. De maneira similar, o taoismo enfatiza a noção de Wu Wei, agir em conformidade com o fluxo natural do universo, e a busca pelo equilíbrio entre o yin e o yang. Essa conexão pode ser encontrada nas obras dos estoicos, como as de Sêneca e Marco Aurélio, e nos textos taoistas, como o “Tao Te Ching” atribuído a Laozi e os escritos de Zhuangzi.
  4. Epicurismo – Zen Budismo: O epicurismo ocidental e o zen budismo oriental convergem em sua ênfase na busca pelo contentamento e pela serenidade. O epicurismo defende que a busca pelo prazer tranquilo e a liberdade do medo e do sofrimento são fundamentais para uma vida feliz. De maneira similar, o zen budismo enfatiza a prática da meditação e a busca pela serenidade e pelo despertar espiritual. Ambas as correntes filosóficas valorizam a simplicidade, o desapego e a apreciação dos momentos presentes.
  5. Escolástica – Confucionismo: A escolástica ocidental e o confucionismo oriental compartilham a ênfase na busca pelo conhecimento e pelas virtudes. A escolástica, um movimento intelectual na Idade Média, buscava harmonizar a fé cristã com o pensamento filosófico clássico, enfatizando a importância do conhecimento racional. Da mesma forma, o confucionismo valoriza a busca pelo conhecimento, a ética e as virtudes morais como meio de alcançar a ordem social e a harmonia. Ambas as correntes filosóficas promovem a importância do estudo, da reflexão e do desenvolvimento moral para uma vida virtuosa.
  6. Empirismo – Nyaya: O empirismo ocidental e o Nyaya, uma das seis escolas de pensamento na filosofia indiana, convergem em sua visão de que o conhecimento é baseado na experiência e na observação. O empirismo ocidental defende que o conhecimento vem dos sentidos e da experiência sensorial, enquanto o Nyaya sustenta que a percepção direta é a principal fonte de conhecimento válido. Ambas as correntes filosóficas valorizam a evidência empírica e a observação cuidadosa como fundamentos do conhecimento.
  7. Racionalismo – Samkhya: Tanto o racionalismo ocidental quanto o Samkhya, uma das seis escolas de pensamento na filosofia indiana, compartilham a busca pela verdade através do raciocínio lógico. O racionalismo ocidental enfatiza o uso da razão e da lógica como ferramentas para alcançar o conhecimento e compreender a realidade. De maneira similar, o Samkhya sustenta que a discriminação intelectual e a análise crítica são fundamentais para discernir a natureza da realidade e compreender os princípios subjacentes ao universo.
  8. Existencialismo – Zen Budismo: O existencialismo ocidental e o zen budismo oriental convergem em sua ênfase na existência individual e na experiência direta. O existencialismo destaca a liberdade, a responsabilidade e a angústia inerentes à existência humana, enfatizando a importância da autenticidade e da busca por sentido em um mundo aparentemente absurdo. Da mesma forma, o zen budismo enfatiza a experiência direta, a meditação e a compreensão da natureza impermanente da existência para transcender o sofrimento e alcançar a iluminação.
  9. Pragmatismo – Zhuangzi: O pragmatismo ocidental e o Zhuangzi, um texto filosófico taoista, compartilham a ênfase na prática e na utilidade como critérios de verdade. O pragmatismo defende que a validade das ideias e das teorias deve ser testada por sua utilidade prática e seus efeitos concretos. De maneira similar, o Zhuangzi enfatiza a importância de encontrar harmonia e agir em conformidade com o fluxo natural da vida, colocando ênfase na sabedoria prática e na adaptabilidade em vez de teorias abstratas.
  10. Fenomenologia – Yogacara: A fenomenologia ocidental e o Yogacara, uma das escolas de pensamento budista Mahayana, compartilham a ênfase na consciência e na experiência subjetiva. A fenomenologia se concentra na análise das estruturas da consciência e na descrição dos fenômenos tal como são vivenciados. Da mesma forma, o Yogacara enfatiza a natureza construída da realidade e a importância da consciência na experiência humana, sustentando que a percepção e a consciência moldam a forma como interpretamos o mundo.
  11. Positivismo – Japonismo: O positivismo ocidental e o japonismo, uma corrente filosófica japonesa influenciada pelo positivismo ocidental, compartilham a valorização da ciência e do método empírico. O positivismo defende que o conhecimento válido deve ser baseado na observação, na experiência e no método científico. De maneira similar, o japonismo busca compreender e interpretar a cultura japonesa por meio de uma abordagem objetiva e científica, buscando explicar fenômenos culturais e sociais com base em evidências empíricas.
  12. Filosofia analítica – Madhyamaka: A filosofia analítica ocidental e o Madhyamaka, uma das escolas de pensamento budista Mahayana, compartilham a ênfase na análise lógica e na desconstrução de conceitos. A filosofia analítica se dedica à análise rigorosa da linguagem e dos conceitos, buscando clarificar argumentos e resolver problemas filosóficos por meio da análise lógica. Da mesma forma, o Madhyamaka utiliza a análise e a desconstrução dos conceitos para revelar a natureza ilusória e dependente de todos os fenômenos, enfatizando a vacuidade como uma realidade última.
  13. Ceticismo – Nagarjuna: O ceticismo ocidental e o pensamento de Nagarjuna, um filósofo indiano e um dos principais expoentes do Madhyamaka, compartilham o questionamento das certezas e a compreensão da natureza ilusória da realidade. O ceticismo ocidental questiona a possibilidade de alcançar certezas absolutas e enfatiza a importância da dúvida e do questionamento constante. De maneira similar, Nagarjuna utiliza a lógica para argumentar que todos os fenômenos são vazios de existência inerente, desafiando noções fixas de realidade e convidando à reflexão sobre a natureza ilusória da experiência.
  14. Idealismo – Advaita Vedanta: O idealismo ocidental e o Advaita Vedanta, uma escola de pensamento vedântica, compartilham a concepção de uma realidade como uma única consciência subjacente. O idealismo argumenta que a mente e a consciência são fundamentais na construção da realidade, sustentando que o mundo externo é uma representação mental. Da mesma forma, o Advaita Vedanta ensina que Brahman, a realidade última, é a essência imanente e transcendente de tudo o que existe, e que a percepção dualista do mundo é uma ilusão que pode ser transcendida por meio do conhecimento e da autorrealização.
  15. Empirismo radical – Zen Budismo: O empirismo radical ocidental e o zen budismo oriental convergem em sua ênfase na experiência direta e na compreensão da natureza impermanente. O empirismo radical enfatiza que todo o conhecimento é baseado na experiência sensorial e na percepção direta, rejeitando noções de conhecimento a priori. Da mesma forma, o zen budismo enfatiza a importância da experiência direta e da contemplação para a compreensão da verdade última e para a superação do apego e do sofrimento causados pela impermanência do mundo fenomênico.
  16. Utilitarismo – Mohism: O utilitarismo ocidental e o Mohism chinês compartilham a ênfase no bem-estar geral e no altruísmo. O utilitarismo argumenta que as ações devem ser avaliadas com base em suas consequências e na maximização da felicidade e do bem-estar da maioria das pessoas. Da mesma forma, o Mohism enfatiza o amor universal, a igualdade e a busca pela ordem social e pelo bem-estar comum. Ambas as correntes filosóficas valorizam a consideração dos outros e a busca pelo benefício coletivo.
  17. Humanismo – Neoconfucionismo: O humanismo ocidental e o neoconfucionismo compartilham a ênfase na dignidade e nos direitos humanos. O humanismo enfatiza a valorização da pessoa humana, sua autonomia e sua capacidade de realização individual. Da mesma forma, o neoconfucionismo enfatiza a importância do cultivo moral e da realização pessoal para a construção de uma sociedade harmoniosa, onde cada indivíduo exerce seus papéis e responsabilidades de acordo com princípios éticos. Ambas as correntes filosóficas defendem a valorização da dignidade humana e a busca pelo florescimento individual e coletivo.
  18. Materialismo – Materialismo budista: Tanto o materialismo ocidental quanto o materialismo budista enfatizam a natureza material e a impermanência. O materialismo ocidental sustenta que tudo o que existe é composto de matéria e está sujeito às leis da física. Da mesma forma, o materialismo budista ensina que todos os fenômenos são impermanentes e compostos de elementos materiais em constante transformação. Ambas as correntes filosóficas buscam compreender a realidade com base na natureza material e reconhecem a transitoriedade de todos os fenômenos.
  19. Existencialismo cristão – Pure Land Buddhism: O existencialismo cristão e o Pure Land Buddhism convergem na busca pelo significado e salvação através da fé. O existencialismo cristão enfatiza a importância da existência individual, a liberdade de escolha e a busca por um sentido e propósito na vida. Da mesma forma, o Pure Land Buddhism ensina que a salvação e o alcance do estado de Buda são obtidos através da fé no poder da Amitabha, um ser transcendental, e da aspiração de renascer na Terra Pura, um reino de paz e iluminação. Ambas as correntes filosóficas valorizam a dimensão espiritual e a busca pela transcendência através da fé.
  20. Feminismo – Feminismo budista: Tanto o feminismo ocidental quanto o feminismo budista convergem na ênfase na igualdade de gênero e na superação do sofrimento. O feminismo ocidental busca a igualdade de direitos e oportunidades para mulheres e homens, bem como a desconstrução das estruturas patriarcais que perpetuam a desigualdade de gênero. Da mesma forma, o feminismo budista reconhece a importância da igualdade de gênero e promove a compreensão de que todos os seres têm a capacidade de alcançar a iluminação e a libertação do sofrimento. Ambas as correntes filosóficas defendem a justiça de gênero e a promoção do bem-estar para todas as pessoas.
  21. Ceticismo – Zen Budismo: O ceticismo ocidental e o Zen Budismo convergem no questionamento das crenças e na busca pela iluminação. O ceticismo ocidental questiona a certeza e a confiabilidade dos conhecimentos estabelecidos, enfatizando a importância do questionamento e da dúvida para uma compreensão mais profunda da realidade. Da mesma forma, o Zen Budismo enfatiza o questionamento das noções convencionais de realidade e a busca pela experiência direta da verdade última. Ambas as correntes filosóficas valorizam o questionamento e a busca por um conhecimento mais profundo e autêntico.
  22. Teísmo – Vaisheshika: O teísmo ocidental e o Vaisheshika, uma das escolas de pensamento hindu, convergem na crença em um ser supremo e na análise das categorias. O teísmo ocidental sustenta a existência de um Deus supremo que governa o universo e que possui características divinas. Da mesma forma, o Vaisheshika reconhece a existência de Ishvara, um ser supremo e criador, e desenvolve uma análise detalhada das categorias ontológicas que compõem a realidade. Ambas as correntes filosóficas compartilham a crença em um ser supremo e buscam compreender a natureza da realidade através de uma análise conceitual e categorial.
  23. Empirismo lógico – Yogacara-Madhyamaka: O empirismo lógico ocidental e a integração do Yogacara e do Madhyamaka, duas escolas de pensamento budistas, convergem na integração da análise lógica e da experiência subjetiva. O empirismo lógico ocidental enfatiza a importância da experiência sensorial e da lógica na formação do conhecimento, buscando uma abordagem rigorosa e baseada em evidências. Da mesma forma, o Yogacara e o Madhyamaka budistas integram a análise lógica e a experiência subjetiva para investigar a natureza da mente, da consciência e da realidade última. Ambas as correntes filosóficas reconhecem a importância da razão e da experiência como meios de compreensão mais profunda do mundo.
  24. Neoplatonismo – Tiantai: O neoplatonismo ocidental e o Tiantai, uma das escolas de pensamento budistas, convergem na busca pela hierarquia espiritual e pela iluminação. O neoplatonismo ocidental propõe uma hierarquia espiritual que vai desde o mundo material até a unidade com o Uno, o princípio supremo do universo. Da mesma forma, o Tiantai ensina a existência de múltiplos níveis de ensinamentos budistas e enfatiza a busca pela iluminação e pela realização espiritual. Ambas as correntes filosóficas valorizam a busca por um estado de unidade superior e o alcance da iluminação como um objetivo espiritual.
  25. Filosofia da mente – Vijnanavada: A filosofia da mente ocidental e o Vijnanavada, uma das escolas de pensamento budistas, convergem na investigação da natureza da mente e da consciência. A filosofia da mente ocidental explora questões sobre a natureza da mente, a relação entre a mente e o corpo, e a consciência. Da mesma forma, o Vijnanavada budista investiga a natureza da consciência e a sua relação com a realidade. Ambas as correntes filosóficas buscam compreender a natureza da mente e da consciência, bem como as suas implicações para a compreensão da realidade.
  26. Naturalismo – Zen Budismo: O naturalismo ocidental e o Zen Budismo convergem no reconhecimento da interconexão entre humanos e natureza. O naturalismo ocidental enfatiza a importância do estudo científico da natureza e a compreensão de que os seres humanos são parte integrante do mundo natural. Da mesma forma, o Zen Budismo ensina a interdependência e a interconexão de todos os fenômenos, incluindo os seres humanos e a natureza. Ambas as correntes filosóficas destacam a importância de reconhecermos a nossa interconexão com o meio ambiente e a natureza como um todo.
  27. Realismo – Hua-yen: O realismo ocidental e o Hua-yen, uma das escolas de pensamento budistas, convergem na concepção da interdependência e interconexão de todos os fenômenos. O realismo ocidental sustenta que existem objetos e entidades independentes e que a realidade é objetiva e independente da nossa percepção. Da mesma forma, o Hua-yen ensina a interpenetração e a interdependência de todos os fenômenos, afirmando que tudo está interligado e influencia-se mutuamente. Ambas as correntes filosóficas enfatizam a noção de que a realidade é complexa e interconectada, indo além das aparências superficiais.
  28. Hedonismo – Jodo Shinshu: O hedonismo ocidental e o Jodo Shinshu, uma das escolas de pensamento budistas, convergem na busca pelo bem-estar e pela salvação através da fé. O hedonismo ocidental coloca o prazer e a busca pela felicidade como objetivos centrais da vida humana. Da mesma forma, o Jodo Shinshu ensina que a salvação e a obtenção da paz e do bem-estar são alcançadas através da fé e da devoção no Amida Buda. Ambas as correntes filosóficas buscam o bem-estar e a realização pessoal, seja através da busca pelo prazer ou da fé religiosa.
  29. Filosofia política – Legalismo: A filosofia política ocidental e o Legalismo chinês convergem na ênfase na autoridade e no controle social. A filosofia política ocidental explora diferentes teorias sobre o governo, o poder e a organização social, e reconhece a importância da autoridade e do controle para a estabilidade e ordem da sociedade. Da mesma forma, o Legalismo defende um governo centralizado, forte e autoritário, que utiliza regras e punições para manter a ordem social. Ambas as correntes filosóficas valorizam a autoridade e o controle como meios de governar e preservar a ordem na sociedade.
  30. Transcendentalismo – Zen Budismo: O transcendentalismo ocidental e o Zen Budismo convergem na ênfase na intuição e na conexão com a realidade transcendental. O transcendentalismo ocidental valoriza a intuição, a busca pela verdade interior e a conexão direta com a natureza e o divino. Da mesma forma, o Zen Budismo enfatiza a intuição como um meio de compreensão mais profunda da realidade e a busca pela conexão direta com a natureza transcendental da mente. Ambas as correntes filosóficas enfatizam a importância da experiência direta e da intuição para a compreensão da realidade última.
  31. Pré-Socráticos – Vedanta Dvaita: Os pré-socráticos ocidentais e o Vedanta Dvaita, uma das escolas de pensamento hindu, convergem na exploração da natureza última da realidade e da dualidade. Os pré-socráticos ocidentais buscavam compreender a natureza fundamental da realidade e exploraram diferentes teorias sobre a natureza dos elementos e das substâncias básicas do universo. Da mesma forma, o Vedanta Dvaita ensina que a realidade última é composta por duas realidades distintas e complementares: Brahman, a realidade suprema e impessoal, e Atman, a individualidade consciente. Ambas as correntes filosóficas exploram a natureza fundamental da realidade e a dualidade presente nela.
  32. Filosofia da linguagem – Mīmāṃsā: A filosofia da linguagem ocidental e o Mīmāṃsā, uma das escolas de pensamento hindu, convergem na análise da natureza da linguagem e da interpretação. A filosofia da linguagem ocidental investiga o papel da linguagem na comunicação, na representação do mundo e na construção do significado. Da mesma forma, o Mīmāṃsā desenvolve uma análise minuciosa da linguagem, sua estrutura e interpretação, especialmente no contexto dos textos sagrados e rituais. Ambas as correntes filosóficas se interessam pela compreensão da linguagem e suas implicações na construção do conhecimento e do significado.
  33. Teoria crítica – Zen Budismo: A teoria crítica ocidental e o Zen Budismo convergem na crítica da sociedade e na busca por uma transformação radical. A teoria crítica ocidental, influenciada pela filosofia de Frankfurt, busca analisar e criticar as estruturas sociais e culturais que perpetuam a opressão e a injustiça, buscando uma transformação social radical. Da mesma forma, o Zen Budismo, especialmente na sua vertente engajada, critica as estruturas e condicionamentos sociais que levam ao sofrimento e promove a busca pela libertação e pela transformação pessoal e social. Ambas as correntes filosóficas valorizam a crítica social e a busca por uma mudança significativa na sociedade.
  34. Positivismo lógico – Yogacara-Madhyamaka: O positivismo lógico ocidental e a integração do Yogacara e do Madhyamaka, duas escolas de pensamento budistas, convergem na integração da análise lógica e da experiência subjetiva. O positivismo lógico ocidental enfatiza a importância da linguagem precisa, da análise lógica e da verificabilidade empírica na produção de conhecimento válido. Da mesma forma, o Yogacara e o Madhyamaka budistas integram a análise lógica e a experiência subjetiva para investigar a natureza da mente, da consciência e da realidade última. Ambas as correntes filosóficas procuram estabelecer uma base lógica sólida para a compreensão da realidade e a produção de conhecimento.
  35. Existencialismo fenomenológico – Zen Budismo: O existencialismo fenomenológico ocidental e o Zen Budismo convergem na ênfase na experiência direta e na busca pelo sentido da vida. O existencialismo fenomenológico ocidental coloca a experiência subjetiva e a existência individual no centro da reflexão filosófica, buscando compreender o sentido da vida e a liberdade de escolha. Da mesma forma, o Zen Budismo enfatiza a experiência direta, a meditação e a busca pelo despertar para encontrar o sentido da vida e superar o sofrimento. Ambas as correntes filosóficas valorizam a importância da experiência direta e da busca pelo sentido da vida.
  36. Filosofia da ciência – Zen Budismo: A filosofia da ciência ocidental e o Zen Budismo convergem na reflexão sobre a natureza e os limites do conhecimento científico. A filosofia da ciência ocidental investiga a natureza e o método do conhecimento científico, bem como os seus pressupostos e limitações. Da mesma forma, o Zen Budismo, especialmente na sua abordagem engajada, reflete sobre a natureza do conhecimento, a relação entre sujeito e objeto e os limites da razão e do pensamento conceitual. Ambas as correntes filosóficas buscam uma compreensão mais profunda do conhecimento científico e suas implicações na compreensão da realidade.
  37. Neoaristotelismo – Zen Budismo: O neoaristotelismo ocidental e o Zen Budismo convergem na integração de virtudes e na busca pela sabedoria. O neoaristotelismo ocidental, inspirado na filosofia de Aristóteles, enfatiza o desenvolvimento de virtudes morais e intelectuais como meio de alcançar uma vida plena e significativa. Da mesma forma, o Zen Budismo valoriza a prática das virtudes, como a compaixão e a sabedoria, e busca o despertar e a realização pessoal através da transformação moral e espiritual. Ambas as correntes filosóficas destacam a importância das virtudes e da sabedoria para uma vida plena e enriquecedora.
  38. Nihilismo – Zen Budismo: O nihilismo ocidental e o Zen Budismo convergem no questionamento da existência e na busca pela verdade última. O nihilismo ocidental argumenta que a vida e a existência são fundamentalmente sem sentido e destituídas de valores absolutos. Da mesma forma, o Zen Budismo questiona a natureza da existência e desafia as concepções convencionais de realidade, buscando uma compreensão mais profunda e direta da verdade última. Ambas as correntes filosóficas exploram a natureza da existência, o significado da vida e a busca pela verdade última.
  39. Ecletismo – Zen Budismo: O ecletismo ocidental e o Zen Budismo convergem na adoção de ideias de diferentes correntes filosóficas. O ecletismo ocidental busca combinar elementos de diferentes escolas de pensamento para formar uma abordagem filosófica abrangente. Da mesma forma, o Zen Budismo muitas vezes incorpora elementos de outras tradições filosóficas e religiosas, adaptando-se às diferentes culturas em que se estabelece. Ambas as correntes filosóficas valorizam a abertura para diferentes perspectivas e a síntese de ideias provenientes de diversas fontes.
  40. Anarquismo – Zen Budismo: O anarquismo ocidental e o Zen Budismo convergem na ênfase na liberdade individual e na rejeição das estruturas. O anarquismo ocidental rejeita a autoridade governamental e defende a liberdade individual como valor central, buscando uma sociedade baseada na cooperação voluntária e na igualdade. Da mesma forma, o Zen Budismo valoriza a liberdade pessoal, a não apegar-se a conceitos fixos e a transcendência das estruturas mentais condicionadas. Ambas as correntes filosóficas compartilham a preocupação com a liberdade individual e a rejeição de estruturas hierárquicas opressivas.

A tese apresentada neste estudo propõe a ideia de uma convergência entre diversas correntes de pensamento de diferentes tradições filosóficas, tanto ocidentais quanto orientais. Essa convergência é identificada em relação às suas visões e concepções sobre a realidade última, a ética, a busca pelo conhecimento, a prática espiritual e a compreensão da existência humana.

A primeira convergência identificada é entre o platonismo ocidental e a filosofia Vedanta Advaita oriental. Ambas as correntes filosóficas compartilham a visão de uma realidade última transcendental e imutável por trás das aparências fenomênicas. Elas defendem que essa realidade é atemporal, eterna e a fonte de todas as manifestações fenomênicas. Essa conexão se baseia nas obras de Platão, como a “Teoria das Ideias” em “A República”, e nos textos vedânticos, como os Upanishads e as obras de Shankara.

A segunda convergência identificada é entre o aristotelismo ocidental e o budismo oriental. Tanto o aristotelismo quanto o budismo enfatizam a busca pela virtude e pelo autoaperfeiçoamento. Aristóteles defende que a busca pela excelência e a realização do potencial humano levam à eudaimonia, uma vida plena e realizada. De maneira similar, o budismo enfatiza a busca pela iluminação e a superação do sofrimento por meio do caminho óctuplo. Essa correlação pode ser encontrada nas obras de Aristóteles, como a “Ética a Nicômaco”, e nos ensinamentos do Buda, como o “Nobre Caminho Óctuplo”.

A terceira convergência identificada é entre o estoicismo ocidental e o taoismo oriental. Ambas as correntes compartilham a ideia de aceitar o fluxo natural da vida e buscar a harmonia para alcançar a tranquilidade e a sabedoria. Os estoicos defendiam viver de acordo com a natureza e aceitar os eventos externos como inevitáveis, focando no controle de suas próprias atitudes e emoções. De maneira similar, o taoismo enfatiza a noção de Wu Wei, agir em conformidade com o fluxo natural do universo, e a busca pelo equilíbrio entre o yin e o yang. Essa conexão pode ser encontrada nas obras dos estoicos, como Sêneca e Marco Aurélio, e nos textos taoistas, como o “Tao Te Ching” atribuído a Laozi e os escritos de Zhuangzi.

A quarta convergência identificada é entre o epicurismo ocidental e o zen budismo oriental. Tanto o epicurismo quanto o zen budismo enfatizam a busca pelo contentamento e pela serenidade. O epicurismo defende que a busca pelo prazer tranquilo e a liberdade do medo e do sofrimento são fundamentais para uma vida feliz. De maneira similar, o zen budismo enfatiza a prática da meditação e a busca pela serenidade e pelo despertar espiritual..

Ainda:

  1. Convergência entre o existencialismo ocidental e o budismo zen oriental: Tanto o existencialismo quanto o budismo zen abordam a questão do sentido da vida e da natureza da existência humana. Ambas as correntes enfatizam a importância da experiência direta e da autenticidade na busca por significado. O existencialismo, representado por filósofos como Jean-Paul Sartre e Albert Camus, destaca a liberdade individual e a responsabilidade na criação de significado em um mundo aparentemente absurdo. Da mesma forma, o budismo zen enfatiza a iluminação direta e a transcendência dos conceitos e dualidades para encontrar a verdadeira natureza da existência.
  2. Convergência entre o pragmatismo ocidental e o confucionismo oriental: O pragmatismo, desenvolvido por filósofos como Charles Peirce e William James, enfatiza a importância da utilidade prática e da ação como critérios para determinar a validade das ideias. O confucionismo, por sua vez, valoriza a ética e a harmonia social, enfatizando a importância das relações interpessoais e do senso de dever. Ambas as correntes buscam orientar a conduta humana com base na utilidade e na busca pelo bem comum.
  3. Convergência entre o neoplatonismo ocidental e o hinduísmo advaita oriental: O neoplatonismo, uma corrente filosófica que surgiu na antiguidade tardia, compartilha semelhanças com o hinduísmo advaita em sua visão de uma realidade última transcendental e da unidade de todas as coisas. Ambas as tradições filosóficas enfatizam a busca pela união com o divino e a superação da dualidade e das ilusões. Plotino, um dos principais filósofos neoplatônicos, e os escritos de Adi Shankara, filósofo indiano do século VIII, podem ser considerados como expressões dessas convergências.
ConvergênciaExistencialismo Ocidental e Budismo Zen OrientalPragmatismo Ocidental e Confucionismo OrientalNeoplatonismo Ocidental e Hinduísmo Advaita Oriental
Questão do sentido da vida e da natureza da existência humanaAmbas as correntes abordam a questão fundamental do sentido da vida e da natureza da existência humana.
Ênfase na importância da experiência direta e da autenticidadeTanto o existencialismo quanto o budismo zen enfatizam a importância de vivenciar a vida de forma direta e autêntica para encontrar significado.
Liberdade individual e responsabilidade na criação de significadoO existencialismo destaca a liberdade individual e a responsabilidade na criação de significado em um mundo aparentemente absurdo.
Ênfase na iluminação direta e transcendência de conceitos e dualidadesO budismo zen enfatiza a iluminação direta e a transcendência de conceitos e dualidades para encontrar a verdadeira natureza da existência.
Importância da utilidade prática e da ação como critérios para determinar a validade das ideiasO pragmatismo destaca a importância da utilidade prática e da ação como critérios para determinar a validade das ideias.
Valorização da ética e harmonia socialO confucionismo valoriza a ética e a harmonia social, enfatizando as relações interpessoais e o senso de dever.
Orientação da conduta humana com base na utilidade e busca pelo bem comumAmbas as correntes buscam orientar a conduta humana com base na utilidade e na busca pelo bem comum.
Busca pela união com o divino e superação da dualidade e das ilusõesTanto o neoplatonismo quanto o hinduísmo advaita enfatizam a busca pela união com o divino e a superação da dualidade e das ilusões.
Principais representantesFilósofos como Jean-Paul Sartre e Albert Camus representam o existencialismo ocidental.Filósofos como Charles Peirce e William James representam o pragmatismo ocidental.Filósofos como Plotino (neoplatonismo ocidental) e Adi Shankara (hinduísmo advaita oriental).

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